nada a declarar

Aniquila de Susana Vidal. GTIST. 2008

Como se aniquila o tempo? Como podemos prolongar este momento? Como posso morrer várias vezes e ter tanto prazer?
Aniquila para anular, para tornar sem efeito a vida.
Aniquila para destruir e transformar em nada.
A destruição leva-nos a que tudo caia no vazio. A vida deixa de fazer sentido e aqui eles só têm uma alternativa, esperar pela morte.
Depois tudo volta sempre ao início. Depois a vida volta sempre ao início, transformando-se num ciclo incompleto.
Aniquila o tempo, aniquila a espera. Aniquila nunca será definitivo, porque ficará sempre qualquer coisa por aniquilar.
Não consigo sentir o tempo. Aniquilo o tempo para não ter de me lembrar.
Não te reconheço, mas não me consigo lembrar de te esquecer.
A memória não é de confiança.

Susana Vidal













Fotografia de Sofia Quintas


Ficha Artística e Técnica

Encenação, criação e texto: Susana Vidal
Actores: André Ferreira, Jaime Vogado, Joana Martins, Miguel Ribeiro e Pedro Moura.
Espaço cénico: Eric Costa
Desenho de luz: Susana Vidal
Composição musical e interpretação ao vivo: Bruno Garcia
Voz Off: Eunice Costa
Fotografia: Sofia Quintas.
Produção: Eunice Costa e Joana Martins.
Divulgação: André Ferreira e Pedro Moura.
Tesouraria: Joana Martins e Youri Ivanovsky.
Coordenação: Miguel Ribeiro e Youri Ivanovsky